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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Interações acadêmicas

Hooray nação internética querida do mundo! Resolvi dar uma pausa na saga fermentativa para esclarecer uma coisinha!

Hoje um post puramente acadêmico, literalmente. Esta enxurrada de informações surgiu durante uma RELAXANTE aula de projeto na escola, proveniente de uma revolta com a confusão e, por que não dizer discriminação, que os cursos sofrem. Vamos contextualizar o problema, ou melhor, OS problemas. Primeiro quando eu cursava gastronomia, sempre ouvia os comentários: “você faz faculdade de cozinha, mas precisa disso mesmo?”, “pra que estudar dois anos para cozinhar?”. (momento respira fundo) E agora, quando falo “faço técnico em alimentos” as perguntas são: “é para cozinhar?”, “parece com gastronomia?”, “parece com nutrição?”, “é para fazer comida?”. E veja bem, não é só comigo que acontece isso. (momento respira mais fundo). Prometi a mim que não vou colocar palavras de baixo calão aqui no blog, mas a vontade é de escrever uma lista.

Enfim, ninguém precisa nascer sabendo tudo sobre os cursos, suas grades e essência, mas é difícil perguntar “o que vocês fazem?”? Estudar anos para ser confundido com outra coisa realmente dá vontade de se defenestrar (=atirar pela janela). Porque ninguém pergunta para que medicina e odontologia servem? Ou se engenharia parece com matemática. Cada curso tem sua essência e sua razão de existir! ( Porém também concordo que ultimamente o MEC anda autorizando cada coisa que... Enfim...)

Como todos os cursos abrangem uma grande área – alimentos – acaba-se passando conceitos do “tudo um pouco”. Na gastronomia você tem matérias de nutrição (pelo menos na minha época era assim), mas é negligenciado pela química e tecnologia. No técnico em alimentos você aprende alguns conceitos de nutrição necessários para atender uma demanda de mercado sobre e compreender as tecnologias, idem a gastronomia, porque as coisas precisam ser atraentes para o mercado. E na nutrição - PELA GRADE DA USP - você também aprende sobre tecnologia e gastronomia, mas TODOS os cursos, cada um a sua maneira. Assim como você não pode colocar um médico clínico-geral para fazer o trabalho de um veterinário ou de um odontologista, nenhum nutricionista deve fazer o trabalho de um gastrônomo, ou de um cientista, ou de um químico, ou de um técnico ou de um engenheiro. E assim como um técnico não consegue fazer o trabalho de nenhum deles.
Apesar dessa similaridade, onde aprende-se um pouco de cada coisa em cada curso, com suas vertentes, são cursos DIFERENTES. Dói na alma ser confundido, principalmente se te falam com desprezo como muitos já falaram. Tenho orgulho do que fiz, principalmente por ter participado de um congresso de Iniciação Científica na área (em vez de participar de concursos de melhor prato/preparação) e do que faço, entender os porquês da vida dos alimentos (ciência baby) e com certeza do que farei! (que ainda não decidi direito). Essa imagem diz muito bem...


É exatamente assim que me sinto: uma pessoa bem diferente no meio de uma galera buscando uma verdade. Fiz gastronomia e marketing, faço técnico em alimentos, não tenho verdade, apenas aquilo que acredito com os anos de estudo. Se acho que uma coisa não está certa, ou que possui “falhas de argumentação”, quero saber o porque. E é por isso que esse blog existe =)

Cada um segue, às vezes até fanaticamente, a vertente da sua área. Se o conhecimento popular vale de alguma coisa: fanatismo é doença, e eu concordo. É muito mais complicado para você se caso fez gastronomia (como eu) e RESOLVER fazer nutrição, ou então tecnologia/ciência/química/engenharia. Concordo que uma porcentagem de gente que faz o curso de gastronomia não consegue somar 2 + 2, mas também existem muitas outras pessoas no mundo, de qualquer área, que não conseguem, sequer, uma redação sem que contenha esdrúxulos erros. Mas por que o preconceito? (processo seletivo sempre ajuda nesses casos)

Cada curso tem sua vertente, praticamente uma religião, que quando você está lá, tem que seguir. E é aí que as pessoas começam a perder a noção e viram fanáticas! DISCORDEM! CONTESTEM! ARGUMENTEM! Por que faz mal? Por que tem que ser assim? Por que diabos a fermentação da soja fede tanto? Todos os cursos têm um vínculo com a ciência, mas que muitas pessoas interpretam erroneamente. Exemplo disso quando uma repórter da GLOBO, após entrevista com uma nutricionista, disse que: “se você comer uma salsicha por dia, vai morrer” (SpTv) Que? Foi isso que a mulher disse? Não! Ela simplesmente disse que, a salsicha contém nitritos e nitratos (sais de cura) que “fazem mal”, dá câncer! (obs: ninguém mencionou a concentração para que isso ocorra). Vamos lá, cooperar com a nação e não falar a primeira coisa que vem na cabeça, ok? Vamos pesquisar e usar um pouquinho do cérebro!

Defendo com unhas e dentes o que me dedico a anos estudando, mas cada um sabe o que é melhor para si mesmo. Eu, por exemplo, sei que o melhor para mim é o ramo da ciência/química/tecnologia e marketing, e não ramos como as ciências humanas e da saúde. Nada contra, apenas que não se encaixa no meu perfil! (consegui juntar tudo o que eu queria nesse blog, e ele é a minha mais incrível criação, praticamente a personificação do meu eu lírico... Meu Frankenstein)

Só para ressaltar mais uma vez, nenhum desses está certo ou errado. Visto que isso não existe, logo vamos ACABAR COM O FANATISMO ACADÊMICO. Cabe a cada um decidir sua opinião, raciocinar sobre o assunto, respeitar os outros, e acima de tudo: CONFIAR NO PRÓPRIO TACO. Além de claro, aceitar brincadeiras e afins, afinal sem isso, as coisas não tem graça!


Dedicatória: Guiii, Tate e Creitu pela conversa na escada que gerou o Post.

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