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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O fusível italiano - pela diferença de um T

Mangiamo! Una pasta italiana!

Quem nunca ficou com uma vontade ridícula de comer macarrão?

O Spoleto é uma casa de massas que inovou quando apareceu no mercado para concorrer com as redes de fast-food. Sua praça montada com diferentes tipos de “recheios”, o fogão de onde a massa sai na hora, com você olhando e montando do jeito que quer!

Ótima idéia! Afinal foge do comum esquema fast-food-americano com hambúrgueres e pratos prontos, mas sempre tem um porém...

Nenhuma crítica as combinações, veja bem. Afinal de contas quem faz a combinação é o cliente!!! Se você quer montar um prato com a massa incrementada com tomate seco, azeitona, bacon e calabresa... Tudo bem, eles fazem ! Só que, se você é um daqueles clientes indecisos – como eu – que gosta de observar cada uma das opções e ver qual combina mais – e no meu caso, qual a aparência delas – pode esperar para não ter um prato muito recheado.

Como observou muito bem um amigo (excelentíssimo senhor Bruno Lino): a quantidade de “recheio” é inversamente proporcional ao tempo que você demora no balcão.

Mas enfim, assim que peguei a massa ela estava ligeiramente mole. Ok, deve ter sido pelo tempo que me decidia sobre os recheios...

Mas de muito má apresentação foi o polpettone! Super criativo transformarem um prato clássico de carne bovina, colocando opções como frango e peru. Mas, quando este chegou ao balcão, extremamente esturricado pela salamandra, percebemos que o sabor da carne de peru lembrava muito um hambúrguer industrializado... Infelizmente.

Para quem gosta de comida italiana rápida e ligeiramente barata, recomendo. Para quem gosta de observar até decidir o que comer, acho que essa seria uma situação #fail.

domingo, 23 de janeiro de 2011

BlurpBeer – Sensações gasólicas

Nada como introduzir o post com um vídeo explicativo sobre leveduras... Ladies and gentlemen, presenting Mister AB and THE yeast!



Ok, sei que no vídeo ele fala sobre a fermentação no pão, mas o princípio da alimentação é o mesmo! A diferença está nas condições de fermentação.

A fermentação alcoólica, que acontece em maior quantidade na cerveja, e nem tanto no pão, provém da degradação dos açúcares através da quebra enzimática. Em síntese estequiométrica – gloriosos anos de ensino médio – temos:

Açúcares + levedura + enzimas de degradação do amido = Ácido pirúvico + ATP (= fotossíntese humana #fail)

O ácido pirúvido, durante o processo de quebra enzimática por uma desidrogenase (NADH), recebe um íon positivo de hidrogênio (H+). No caso da fermentação alcoólica a conversão do ácido pirúvico é dada por:

Ácido pirúvido + H+ = etanol + gás carbônico

A quantidade de álcool e gás carbônico formada depende de vários fatores, tais como: tipo de microorganismo, pH do meio, temperatura e tempo. Assim como o vinho, o shoyu e o sakê (vai dizer que vocês não sabiam que esses três produtos eram fermentados?) a cerveja é um produto que demora para ser produzido, mas a espera sempre vale a pena.

A temperatura para produção alcoólica deve ser relativamente baixa – de 4ºC a 10ºC – pois nessa faixa as reações são mais lentas, obtendo maior porcentagem alcoólica e redução na produção de gás. Além disso, em ambiente com temperatura controlada, a fermentação alcoólica é realizada em recipientes parcialmente abertos - com escape para não explodir -, o único método diferente é o champenoise (adivinhem do que!)

A Saccharomyces é um starter para a fermentação alcoólica, sem sua reprodução e geração de enzimas, o processo não ocorre. Pois lembre-se o álcool e o gás são formados pela quebra enzimática.

Acho que a vontade de tomar cerveja rendeu uma série de posts... Mas não vou me aprofundar mais no quesito fermentação, pois ainda existem muitos outros produtos sobre os quais quero discorrer, dois destes processos vivenciei na prática!

See you next time...

domingo, 16 de janeiro de 2011

Geschichte des Alkohols II

Muito mais geschichte...

Vamos para a Babilônia! Nessa época ser “mestre cervejeiro” era uma profissão de respeito. E quem comandava eram as mulheres.

Os babilônicos, descendentes dos suméricos, tornaram o consumo e produção de cerveja algo cultural, assim como ocorreram vários avanços tecnológicos para produção nessa época. A cerveja era uma bebida popular, mais aclamada que o vinho, onde até mesmo Hammurabi – sexto rei da Babilônia – proclamou em seu imenso código de leis, um compêndio sobre a cerveja. Desde o processo de fermentação, até mesmo a quantidade de aromáticos que eram adicionados (mel, cevada, trigo...). Cada nível hierárquico da sociedade babilônica tinha uma cota diária de cerveja: 2 Litros para os mais pobres – camponeses, trabalhador normal – a 5 Litros para sacerdotes. Outra lei – que em minha opinião é a mais absurdamente engraçada, sem contar algumas do congresso brasileiro – previa que quem vendesse cerveja ruim era morto por afogamento!

Ainda sobre orgias e tabernas... Alguém aí achou que na Babilônia não tinha isso? Continuavam com o mesmo intuito de bebida e “divertimento”, assim como as reverências ao Deus Baco(n). Porém o divertimento era reservado a algumas mulheres, as sacerdotisas não podiam entrar, pois tinham passado por um ritual e precisavam manter a pureza em seu corpo - e nesse lugares porque não dizer, na alma também. Enfim, esses lugares eram como o clube do Bolinha pervertido.

De extrema importância da cultura alcoólica era o tipo de cerveja produzido pelos babilônicos. Opaca e sem filtragem. Tal como hoje alguns cervejeiros, como o Wolkenburg, – de Cunha, São Paulo – produzem. Eles conservam o extrato de levedura no fundo da garrafa, formando uma espécie de borra que concede a turbidez e acentuação no sabor.



Anyway, chega de história... Os fatos mais importantes – os tópicos de fermentação – já foram citados, logo: que venha a parte técnica sobre a cerveja! No próximo episódio: BlurpBeer – Sensações gasólicas.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Geschichte des Alkohols I

Bier trinken! (em meu precário alemão de dicionário)

São Paulo, calor... Muito calor. A inspiração para esse post veio em um dia de calor absurdo nessa cidade absurdamente quente e seca. O que eu daria para beber uma cervejinha gelada quando voltei da aula?



Whatever, vamos a história!

Os primeiros registros sobre esse líquido deliciosamente alcoólico provêm da Mesopotâmia, região que parte é o atual Irã e Iraque. É dessa época que surgiu o tão famoso jargão: a cerveja é o pão líquido. Os sumérios – para dizer bem a verdade, as padeiras sumérias – perceberam que ao deixar a massa de pão descansar por mais tempo, podia-se produzir um alimento mais saboroso. E que, se esta estivesse molhada, fermentava ainda melhor. Bom, esse também foi o início dos processos de fermentação (em breve, um post inteiramente dedicado ao meu processo químico favorito), primitivamente a fermentação dos cereais – no caso o trigo e cevada do pão – foram melhorados, tornando-se a bebida divina da época. Inclusive havia a deusa – vamos a história pagã – Ninkasi, a divindade da cerveja.

Assim como Baco (ou Bacon #piadaBG) tinha suas orgias inspiradas no vinho, Gilgamesh - um rei semi-lendário da suméria – tinha suas tabernas, locais de divertimento masculino gerido por mulheres (jeito fino de dizer outra coisa). Segundo a Epopéia de Gilgamesh – poema épico – a célebre taberneira Siduri produzia a cerveja de um modo que ainda é feito (no Egito, sob o nome de Bouza): deixavam a cevada de molho até germinar, depois era moída grosseiramente e moldada em bolas, onde era “adicionada” a levedura. Os bolos eram parcialmente assados e depois quebrados e colocados em grandes jarras com água para a última fermentação. Depois poderiam ser adicionadas algumas ervas como o lúpulo, usado ainda hoje nas cervejas pelo mundo...

Ainda vem mais história, por hoje chega, ou então o post vai ficar gigante! (nota mental: posts menores, maior freqüência!)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Gas factory

Mornin’ everybody with gas!

O que é o que é: um organismo vivo, bonitinho que produz gás na presença de açúcares?

Aqui vai a resposta!



(créditos ao site Thinkgeek - http://www.thinkgeek.com/ - Se você lê este blog, deve conhecer este site)

Essas são as mais famosas produtoras de gás – obviamente após a morte dos dinossauros por metano produzido por eles – a Saccharomyces cerevisiae.

Esses ser é uma simpática levedura – um microorganismo – por ser classificado como unicelular, eucarioto e não possuir corpo de frutificação como seus companheiros de reino: os fungos. Podem ser encontradas em cascas de frutas, onde podem encontrar sua fonte de alimentação: o açúcar. Este é seu modo de vida selvagem. A maioria das pessoas somente a conhecem como um trequinho granuloso (fermento biológico seco) ou então como uma “cake” gosmenta que precisa ficar na geladeira (fermento biológico fresco).

Possui grande importância industrial por ser um dos microorganismos mais efetivos no quesito fermentação (nota: 10), podendo fazê-la na presença ou ausência de Oxigênio.

Curiosidades:
- A alimentação de cabras com extrato de Saccharomyces aumentou significativamente a produção de leite. (Stella, AV et. al.)
- Em alguns países é comum a alimentação com uma pasta a base de extrato de levedura, até lembra uma geléia, chama Vegemite. Parece interessante!

Então, pela breve descrição e pelo nome vocês já sabem quais são os produtos mais importantes para a humanidade, que se não fosse por essas criaturinhas eles não existiriam?

Tempo...
...
...

(antes: eu poderia passar a minha vida inteira falando sobre essas fantásticas levedurinhas, essas e outras)

Resposta: pão e cerveja... Os próximos temas desse blog! (não exatamente nessa ordem, mas...)

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